A função da escola
não é só de ensinar a ler mecanicamente, mas ensinar ler criticamente, a
interpretar os diferentes tipos de leitura, para evitar a reprodução das
desigualdades sociais, conhecendo-as e buscando superá-las através da aquisição
da leitura e da escrita, e assim tornar a sociedade mais igualitária, “querendo
educar e promover um tipo de leitor que não se adapte ou se ajuste
inocentemente à realidade que está aí” (SILVA, 2002, p.4). Para tanto, a escola
deve considerar a leitura como meio imprescindível para a conscientização e
construção de saberes, devendo buscar estratégias para que todas as crianças
tenham o pleno desenvolvimento da escrita e da leitura, não fazendo da leitura
uma prática constante apenas na alfabetização e nas séries iniciais, mas uma
prática diária em todas as fases da vida escolar.
Os níveis de conhecimentos que
entram em jogo durante a leitura são vários, principalmente, os conhecimentos linguísticos
são fundamentais, possuem o papel central de processamento do texto, componente
do chamado conhecimento prévio sem o qual a compreensão não é possível. O aluno
quando em contato com textos variados, desenvolve vários conhecimentos que
entra em jogo durante a leitura e que interagem entre si.
Percebe-se a facilidade de
compreensão do aluno que tem acesso a variados tipos de leitura em casa e a
dificuldade do aluno que só tem oportunidade de ler os materiais oferecidos
pela escola. O atraso cultural das famílias obriga as escolas assumirem
totalmente o dever de formar leitores, os professores necessitam incentivar a
leitura diária em sala, o contato íntimo com textos favorece aprendizagem no
ato ler. Afirma-se com base legal em autores consagrados que o hábito de ler
nasce também como os demais hábitos, isto é na infância. Segundo Rego:
As crianças que nascem em ambientes letrados,
cedo desenvolvem o interesse lúdico em relação à atividade de leitura e escrita
que os adultos praticam ao seu redor. [...] as crianças nascem prontas para
adquirir todos os tipos de conhecimentos, a leitura é um aprendizado
continuo e que precisa ser ensinado, principalmente pela escola. É a
através da leitura que é capaz de formar excelentes leitores.
O
professor deve fazer leitura diária de textos literários, pois é por meio deste
contato diário, frequente e constante que permite que os alunos desenvolvam
ainda mais autonomia para a leitura e para que percebam que ao fazer uma
leitura de um texto além de se aprender muito, enriquecer o vocabulário, é
possível buscar também entretenimento, diversão e prazer Kleiman (apud RANGEL
2004, p.4) defende que ensinar a ler, é criar uma atitude de expectativa prévia
com relação ao conteúdo referencial do texto, isto é, mostrar à criança que
quanto mais ela previr o conteúdo, maior será sua compreensão; é ensinar a
criança a se auto-avaliar constantemente durante o processo para detectar
quando perdeu o fio; é ensinar a utilização de múltiplas fontes de conhecimento
– linguísticas, discursivas, enciclopédicas [...] é ensinar, antes de tudo, que
o texto é significativo [...]. Isso implica em ensinar não apenas um conjunto
de estratégias, mas criar uma atitude que faz da leitura a procura da
coerência.
Referência:
RANGEL, Eliane de Fátima Manenti. Estratégias de leitura e gêneros textuais na formação do leitor crítico. Associação de leitura do Brasil. Santa Maria –RS. Disponível em:Acesso em: 01 ago. 2009.
Referência:
RANGEL, Eliane de Fátima Manenti. Estratégias de leitura e gêneros textuais na formação do leitor crítico. Associação de leitura do Brasil. Santa Maria –RS. Disponível em:Acesso em: 01 ago. 2009.
REGO, L. L. B. Literatura Infantil: uma
nova perspectiva da alfabetização na pré-escola. Ed. FTD S.A. São Paulo, 1988.
SANDRONI & MACHADO; Laura
C. L.;Raul L.; A
criança e o livro, 2ª Ed. Fundação Nacional do Livro Infanto e
Juvenil – Editora Atica, São Paulo, 1987.