Definir
interdisciplinaridade é uma tarefa bastante complexa. Segundo Fazenda (1993), “o
pensar interdisciplinar parte do princípio de que nenhuma forma de conhecimento
é em si mesma racional. Tenta, pois, o diálogo com outras formas de
conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas. Assim, por exemplo, aceita o
conhecimento do senso comum como válido, pois é através do cotidiano que damos
sentido às nossas vidas. Ampliado através do diálogo com o conhecimento
científico, tende a ser uma dimensão utópica e libertadora, pois permite
enriquecer nossa relação com o outro e com o mundo”.
Já, conforme Ferreira
(1993), “Apesar de não possuir definição estanque, a interdisciplinaridade
precisa ser compreendida para não haver desvio na sua prática. A ideia é
norteada por eixos básicos como: a intenção, a humildade, a totalidade, o
respeito pelo outro etc. O que se caracteriza uma prática interdisciplinar é o
sentimento intencional que ela carrega. Não há interdisciplinaridade se não há
intenção consciente, clara e objetiva por parte daqueles que a praticam. Não
havendo intenção de um projeto, podemos dialogar inter-relacionar e integrar
sem, no entanto, estarmos trabalhando interdisciplinarmente".
Particularmente, entendo
que a interdisciplinaridade constitui-se num modelo de ensino e de currículo
que busca a integração e a unificação disciplinar, levando ao desenvolvimento
de atitudes e práticas construtivas de conhecimento, onde das relações
professor/aluno e ensino/aprendizagem surjam à integração dos conteúdos
curriculares e a produção do saber científico e sistematizado.
Referências:
FAZENDA, Ivani Catarina,
Arantes. Interdisciplinaridade: definição, projetos, pesquisa. In: ____. Práticas interdisciplinares na escola.
2ed. São Paulo, Cortez, 1993 (p.15-18);
FERREIRA, Sandra Lúcia.
Introduzindo a noção de interdisciplinaridade. In:___. Práticas interdisciplinaridades na escola. 2 ed. São Paulo, Cortez,
1993(P.33-35)