Aprendizagem: Conhecimento adquirido e internalizado;
Mais da ordem do social; Fruto da interação do sujeito com o meio; Adquirido e
socializado; Desenvolvimento intelectual depende do potencial do indivíduo;
Acontece de acordo com uma ação espontânea ou estimulada.
Desenvolvimento: Processo em que o indivíduo constrói seu
conhecimento; Construção e desenvolvimento das estruturas internas; Formação
das estruturas; Processo natural dentro das possibilidades e limites do
indivíduo; Independente do aprendizado formal; Natural, intuitivo;
Desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, moral etc.
Para Piaget, aprendizagem está relacionada
com a experiência e pode ser compreendida em dois sentidos:
- strictu sensu – sentido restrito, em
função da experiência, ao tentar realizar alguma coisa.
- lato sensu – sentido amplo – se confunde
com o desenvolvimento, é o sentido restrito mais o processo de equilibração; só
a experiência não basta.
Está relacionado com a construção das
estruturas. Ao falar de desenvolvimento, devemos ter sempre em conta seus
fatores para Piaget:
1) maturação
– tempo que transcorre enquanto o organismo vai adquirindo condições para construir
determinadas estruturas;
2) experiência
– agir sobre o meio, experimentar, tentar transformar o meio. Neste aspecto
podemos explicar os conceitos de experiência física (agir sobre os objetos -
cor, textura, forma, reação ...) e experiência lógico-matemática (das ações e
da coordenação – bola de madeira sobe menos que a de plástico quando jogada
para cima ...);
3) social
– divididas em interações sociais (com os pares ou com adultos) e transmissão
social (escolar, familiar etc.);
4) equilibração
– fator que coordena todos os demais. A aprendizagem está relacionada com o
conteúdo que a ação envolve.
Como a escola tem lidado com as questões
das aprendizagens e do desenvolvimento?
•Ponto de vista do adulto é transmitido sem
que haja preocupação com a compreensão pelo aluno;
•A apresentação desta visão acabada não dá
oportunidade para que o aluno desenvolva sua autonomia;
•A escola acredita que cumpre sua missão
apenas transmitindo conhecimentos para o aluno memorizar; porém o ensino assim
realizado foge da realidade da vida do aluno.
•A criança deve ser desafiada, deve ser
estimulada a levantar idéias e hipóteses sobre aquilo que se pretende que ela
aprenda.
•O professor deve procurar conhecer seus
próprios limites e tentar superá-los.
Algumas
causas das Dificuldades para Aprender:
Da
criança: atraso geral no
desenvolvimento; estruturas de conjunto (criança que até passa de ano, mas é
por mecanização); atraso no desenvolvimento de uma estrutura ou na construção
do real (tempo, espaço, causalidade, linguagem).
Circunstancial: Familiar; Escolar; Social; Falta de
solicitação.
Classificação
das crianças com Dificuldade de Aprendizagem, por grupos: (Segundo Ramozzi-Chiarottino).
Grupo
A: são as crianças mais
comprometidas, desconhecem: regularidades da natureza, não possuem noção de
tempo, espaço e causalidade, não agem sobre o meio e sobre os objetos, não conhecem
os limites de suas ações.
Como consequência, estas crianças possuem
uma representação de mundo caótica, retardo na aquisição da linguagem,
impedimento na comunicação por problemas com a aquisição da língua materna.
Para superar as dificuldades destas
crianças, seriam necessárias atividades que propiciem a construção e a
coordenação de seus esquemas motores; interações com o meio; compreensão das
ações; compreensão das propriedades dos objetos e percepção das regularidades
da natureza.
Grupo
B: crianças capazes de
falar, representar e operar, mas não organizam o real, não percebem a diferença
entre o real e o fantástico. Intervir com estas crianças significaria propiciar
interações com o meio, experimentá-lo, agir sobre ele, relatar o que foi visto
e feito, vivenciado.
Grupo
C: a criança é restrita ao
presente, não chega a identidade por falta de organização, não estabelece
classes e séries, para a criança passar deste nível, ruma à compreensão, é
necessário estruturar o real, organizar, buscar explicações para o mundo
físico.
Grupo
D: são as crianças que
ainda não construíram as estruturas mentais esperadas nas idades em que estão.
Apresentam dificuldades com relação ao real, ou seja, não se localizam no tempo
e no espaço e não estabelecem relações entre causa e efeito. Vivem fora da
realidade. São crianças que não apresentam distúrbios físicos ou mentais mas
que apresentam dificuldades em aprender.
Aqui se pode fazer um interessante paralelo
com os erros, uma vez que estes são os mais aparentes “sintomas” do não
aprender.
Para Vinh-Bang, que trabalhou com os erros,
as insuficiências nas produções escolares das crianças devem ser analisadas
como possibilidades de se avaliar o trabalho a ser realizado, focando-o de
acordo com as necessidades da criança. Segundo este autor, os erros, e sua
devida intervenção, podem ser:
Individuais: Conteúdo específico-Deve-se verificar o
conteúdo.
Vários
conteúdos: Deve-se
verificar as estruturas ou o professor.
Coletivos: Conteúdo específico-Deve-se verificar o
professor da disciplina.
Vários conteúdos: Deve-se verificar a metodologia e a forma de trabalhar.
Vários conteúdos: Deve-se verificar a metodologia e a forma de trabalhar.
IMPORTANTE:
No que diz respeito ao psicopedagogo, é necessário o desempenho de um papel ativo, uma tomada de posição que se baseie na “intervenção”, na detecção e na remediação do problema.
No que diz respeito ao psicopedagogo, é necessário o desempenho de um papel ativo, uma tomada de posição que se baseie na “intervenção”, na detecção e na remediação do problema.
A natureza e a origem das insuficiências
devem ser determinadas, coisas que geralmente escapam do professor. Esta
intervenção, com base na epistemologia genética piagetiana, pressupõe assegurar
o funcionamento dos instrumentos cognitivos que favorecem uma estruturação
operatória e reestruturar os conhecimentos lacunares.